Estudantes,
Gostaria de falar-vos sobre a delicadeza. Olhai a natureza. Nela tudo é delicado. Até mesmo as coisas dotadas de grande força têm um aspecto gentil e delicado. Até mesmo as garras dos falcões, o bico dos corvos, a pele das serpentes. Delicadeza é o apanágio da natureza. A água dos riachos, até mesmo a mais possante correnteza, as ondas mais revoltas, os relâmpagos e trovões trazem em si um aspecto delicado.
Gostaria que refletísseis sobre a delicadeza, pois ela não é exatamente o que vos parece ser. Não é preciso ser rústico, rude para ser forte. É possível ser forte e, ainda assim, delicado. A delicadeza é a constituição do Universo. Estou querendo dizer com isso que é preciso olhar para as coisas todas, mesmo aquelas que vos parecem mais rústicas, e encontrar nelas a sua fragilidade e delicadeza. E é preciso que olheis para vós, para dentro de vós, e lá, onde achais que reside a maior força e a maior rusticidade, entender que, ainda ali, precisa, deve existir delicadeza.
E por que vos peço isso? Vos peço isso porque, ao refletirdes sobre isso e começardes a olhar para todas as coisas procurando nelas o seu aspecto mais frágil e delicado, começareis lentamente a mudar a maneira como vos relacionais com as coisas, com as pessoas, com as situações, com as circunstâncias. E, ao perceber a delicadeza e a fragilidade de cada ser e de cada coisa, iniciareis um relacionamento baseado na atenção e no cuidado, que são as bases do amor.
Eu poderia passar a noite inteira vos falando sobre isso, sobre em como atenção e cuidado conduzem necessariamente ao amor. Em como, ao olhar para as coisas buscando sua fragilidade e delicadeza, podeis começar a iniciar um relacionamento baseado em amor. Por ora, peço apenas que reflitais um pouco sobre isso, e que lanceis as bases de um relacionamento em que a observação, a atenção, o cuidado norteiem a vossa conduta ao relacionarem vós todos com o que está ao vosso redor.
Ainda hoje, não, mas um dia conseguireis entender isso. Por ora, fiquem com este conselho. Faço-vos uma pergunta: quem dentre vós não gostaria de ser olhado com essa atenção e cuidado e de ser tratado levando em consideração todas as suas fragilidades e delicadezas? Quem de vós não gostaria de ser tratado como um cristal delicado e frágil? É para pensar. Por enquanto, me despeço de vós, amados estudantes, com apenas este conselho.
Eu sou vosso irmão, vosso mestre, o responsável pela aventura de vos conduzir a uma nova Idade de Ouro. Eu sou Ayam Maha Chohan.